segunda-feira, 16 de julho de 2012

(dis)parada
















não era marcha nem desfile 
nem carnaval
era tudo e mais um pouco
o desbunde total

disparada a largada
despertada a orgia
era a fome da carne, do beijo
do prazer banal
era a dada a alforria
das taras, dos medos e pesos
daquela prisão moral

ser tão somente seres
eles por eles
elas por elas
sem portas e segredos
quartos e janelas
tesão sem despeito
pecado de igual pra igual

não era protesto nem ousadia
era apenas romance
e um pouco de putaria
mas que os espiassem
nas ruas, na praças
trepados numa árvore
e destilassem o rancor
a insuspeita vontade
ou a inveja normal

mas que os encarassem
pelo menos um dia
deleitando-se livres
até o último suspiro da noite
um abraço quente na noite fria
como qualquer casal

2 comentários:

  1. nossa, seus detalhes são descritos de uma tão gostosa e tão inesperada que cada verso lido é uma surpresa e um sorriso ganho!

    arrasou!

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  2. que bom que gostou! é um privilégio receber elogios de quem admiro, um baita incentivo pra continuar a escrever. obrigado ;)

    beijos!

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