terça-feira, 15 de setembro de 2009

Microcrônica

Vivia com o lixo. Não propriamente nele. Mas dele. Revirava, separava, recolhia. E alimentava o caminhão, sua esposa e filhos.
Sua razão limitada ainda não constatara, mas o inconsciente não falha. Lá no fundo matutava, que no fundo no fundo, alimento e excremento eram mais próximos do que muitos imaginavam...

domingo, 23 de agosto de 2009

Rayuela

Encontrarei a Maga? Ou o Grande Parafuso? Consertará ele esta mente desmontada? Quem sabe um jogo da amarelinha não seja mesmo a metáfora perfeita para uma vida que está sempre sendo buscada e jogada?


Microconto 4

A menina queria urinar. Mas não sabia para onde correr. Achou o lugar mais escondido que conseguiu. Quando se aliviou, percebeu o sangue. E imaginou como sua vida iria mudar dali por diante.


Microconto 3

Amou daquela vez como se fosse a última. E foi. Quando a porta se fechou, ficaram trancadas as emoções. E consigo levou embora a paixão.

Microconto 2

Sua vida era andar. Não sabia o porquê. Mas sabia onde queria chegar. Um dia chegou. Não acredita no que vê. Não era o que esperava. Mas a ideia captou. O sentido de sua vida não estava num lugar. Estava na caminhada.

Microconto 1

Varria com distração, às vezes com pressa, concentração, ou até com paixão. Com a vassoura varria o tédio, pensamentos, sonhos ou cacos de coração.

O que é um homem senão uma besta?
sedenta e faminta
por amor e carinho
domando seu instinto brutal
com poesia e vinho
e enjaulado numa cela carnal

somos animais
fingindo ser domesticados
mas a razão nos deixa irracionais
é a paixão que nos torna humanizados