segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
pleonásmico
ainda vou entrar pra dentro
do seu quarto bagunçado
trancar sua porta
trancar suas pernas a mim
e jogar a chave fora
só deixar sair pra fora
as saudades, as vontades, as verdades
escondidas no seu criado-mudo
mais íntimo e depravado
o resto vou fechar tudo
pra gente gritar alto e calar mudo
loucos da cabeça
até o espelho ficar cego
e o corpo ficar surdo
depois subir pra cima das paredes
e do teto feito aranha
te observar dormindo
como a indefesa presa ao relento
e preparar a teia pro próximo bote
e pro seu bote voltar nadando
na água salgada do seu corpo mar
que doce se torna no leito desfeito
ao descer a descida da ladeira até a lombar
com lambidas nas ancas largas e pérfidas
sambar e cantar nas curvas e vielas
das áreas mais boêmias e periféricas
até a apoteose do recôndito ventre
e então entrar na chuva pra se molhar
e até me queimar no fogo fátuo
da fogueira faceira do seu olhar
de júbilo e regozijo
inocentemente indecentes olhos
que olham o nada e o infinito
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Adoreeeeei! Esses vícios de linguagem são tão comuns, e ao mesmo tempo desnecessários no dia a dia, e ainda assim você conseguiu com que fizessem parte de um belo texto ! *-*
ResponderExcluirLi que as palavras se perderam e não consigo comentar *o*
ResponderExcluirgostei :D
obrigado... a ideia é essa, arrancar sentidos e sensações profundas das palavras mais sinceras que dizemos, que saem sem preocupações gramaticais, lirismo sem regras e intelectualismos
ResponderExcluirarrasou Leonard :)
ResponderExcluirObrigado Débora :)
ResponderExcluirOlá Leonard!
ResponderExcluirSensacional! Reinventou os vícios de modo a dar potência ao momento descrito!
Seguindo...
Abraços!
obrigado camarada!
ResponderExcluirabraços!